A Microsoft não desiste da guerra pela hegemonia entre os navegadores de Internet. Durante a conferência Ignite 2019, a empresa anunciou que vai lançar o novo Microsoft Edge em 15 de janeiro de 2020. A nova versão do navegador é baseada no projeto de software de código aberto Chromium e será lançada por meio de uma atualização via Windows Update.
O novo Microsoft Edge promete ser mais rápido e oferecer mais recursos de privacidade e proteção para a navegação. Além disso, apresentará melhor usabilidade e produtividade com arquivos compartilhados.
No passado, a Microsoft já dominou a internet com o navegador Internet Explorer, que acabou com o reinado do Netscape Navigator. Agora, a Google é líder no setor, com o Chrome tendo 64% de participação de mercado.
Anunciado pela Microsoft ainda em 2015, o Edge era a aposta da empresa para reconquistar usuários, que deixaram de utilizar o Internet Explorer devido a diversos problemas e poucos recursos do antigo browser. Disponível para o Windows 8.1 e para o Windows 10, esse programa se tornou o navegador padrão para o sistema operacional da empresa.
Apesar de ter uma interface nova e recursos melhorados em comparação ao seu antecessor, o Microsoft Edge não se popularizou como o esperado e ainda tinha falhas pontuais, principalmente por ter um motor próprio de navegação, que apresentava incompatibilidades com alguns sites. Dessa forma, em 2019 a Microsoft resolveu mudar drasticamente o Edge e tentar, mais uma vez, conquistar novos usuários.
A seguir, confira todos os detalhes sobre o novo Microsoft Edge e descubra alguns motivos para dar uma chance a essa nova versão.
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Nova identidade de marca do novo Microsoft Edge
Em novembro de 2019, a Microsoft anunciou via Twitter a logo do novo Microsoft Edge. A imagem mostra um “e” estilizado com um degradê do verde para o azul escuro, que lembra mais uma onda do que a logo do antigo Internet Explorer. Essa é a segunda versão do Edge.
A versão anterior, lançada em julho de 2015 junto com o Windows 10, era baseada em “engines” próprios da Microsoft, o EdgeHTML (para interpretação de HTML) e Chakra (para interpretação de JavaScript). A mudança no ícone é uma forma de sinalizar este “rompimento” com o passado.
Novo Microsoft Edge vs. Chrome
O novo Microsoft Edge poderá compartilhar todos os principais recursos do Chrome, como rapidez, segurança, privacidade e compatibilidade com dezenas de temas e extensões, mas continuará tendo o buscador oficial da companhia como ferramenta de busca padrão, nesse caso, o Bing.
Para voltar a ganhar espaço na internet novamente, a empresa decidiu começar pelo mercado corporativo. O novo Bing integrado ao Edge será capaz de mostrar resultados de pesquisas relacionadas às empresas em que os usuários trabalham.
De acordo com um estudo da McKinsey, os funcionários perdem 20% de seu tempo tentando achar informações das empresas em que trabalham.
O novo recurso do Bing vai mostrar resultados em uma aba separada, gerados a partir de servidores corporativos, o que poderá incluir arquivos, portais e páginas internas, emails, etc. A funcionalidade será baseada em aprendizado de máquina e poderá diferenciar um colaborador direto de um terceirizado, para lidar com questões de permissões automaticamente.
Ele também será capaz de mostrar informações relacionadas a ferramentas como Salesforce, G Suite (Google) e Power BI, da própria Microsoft.
No caso de intranet, o navegador suportará buscas usando processamento natural de linguagem. Então, será possível, por exemplo, procurar pela “Sofia que é engenheira em Londres”. O resultado mostrará dados da pessoa e poderá, inclusive, exibir em qual local ela está sentada.
Menor consumo de memória
Quem utiliza o Chrome ou o Firefox e tem pouca memória RAM na máquina já deve ter passado por algumas lentidões e até mesmo travamentos. Por sua vez, apesar de o Microsoft Edge utilizar o motor do Chrome, a nova versão do Microsoft Edge parece não consumir tantos recursos de sua máquina.
Recursos do Chrome
O novo Microsoft Edge, por agora contar com o motor do Chrome, acaba tendo algumas de suas funções. Com isso, por exemplo, é possível acessar o Edge Flags pelo endereço “edge://flags”.
Aqui, tal como é feito no Chrome, você encontra alguns recursos que não vêm habilitados por padrão, mas que podem ser bem úteis para o dia a dia.
Maior integração com outras plataformas
Assim como você faz com outros navegadores, caso você utilize o Microsoft Edge em mais de uma plataforma, como no PC e no celular, poderá sincronizar alguns dados como os sites acessados, senhas salvas, etc.
Por enquanto, o navegador da Microsoft está disponível para Android, iOS e MacOS.
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4 motivos para dar uma chance ao novo Microsoft Edge
Além de rodar na web engine Chromium, o novo Microsoft Edge traz como novidade a rapidez e as funções interessantes para bloqueio de rastreadores de propaganda por padrão e o Collections.
Com esse recurso, o usuário será capaz de “coletar, organizar e compartilhar” conteúdo da web com mais facilidade, com a ajuda de uma barra lateral e um pouco de arrastar-e-soltar.
Além disso, veja abaixo outros motivos para dar uma nova chance ao Microsoft Edge.
Suporte melhor para extensões
Algo que era bastante incômodo no primeiro Edge era o fato de todas as suas extensões só estarem disponíveis na Windows Store, a loja de aplicativos do Windows 10. Agora, além de ter uma loja online, como alguns navegadores para os seus add-ons, o Microsoft Edge também dá o suporte para as extensões do Chrome.
Para isso, entretanto, é necessário habilitar uma opção de compatibilidade.
Nova interface
Ao dar uma olhada rápida no Edge, você poderá achar que a interface dele continua a mesma desde o seu lançamento, em 2015. Porém, isso não é exatamente uma verdade.
Apesar de a aparência para navegação continuar praticamente a mesma, agora o navegador da Microsoft tem as suas configurações separadas por categorias para encontrar e ativar ou desativar um recurso com mais facilidade.
Modo Internet Explorer
Apesar de estar sendo cada vez menos utilizado, o Internet Explorer ainda foi usado como padrão para a construção de alguns sites e intranets. Nesse caso, eles rodam sem bugs apenas nesse navegador.
Para não deixar essas pessoas na mão, o Microsoft Edge terá um modo de compatibilidade do Internet Explorer para ser capaz de abrir tais sites. Logo, se a intranet ou algum sistema da empresa só funciona no navegador antigo da companhia, será possível acessar essas páginas.
Atualizações
O navegador não dependerá mais de novas versões do Windows 10 para receber atualizações. A Microsoft passará a oferecer o novo Microsoft Edge baseado no Chromium por meio do Windows Update para todos os PCs com Windows 10 v1709 ou posterior. Depois do lançamento, novas versões do navegador serão disponibilizadas a cada seis semanas. Já as atualizações e correções de segurança serão disponibilizadas conforme necessário.
Isso é bem melhor do que o que ocorre com o Microsoft Edge atual, baseado na Universal Windows Platform (UWP), que só recebe novas versões que adicionam mais recursos e funcionalidades quando a Microsoft lança uma nova versão do Windows 10.
Depois de lançado, o novo Microsoft Edge substituirá completamente a versão UWP atual, com atalhos, sites fixados e blocos no menu iniciar atualizados para a nova versão do navegador.
O novo Microsoft Edge vale a pena?
Querendo ou não, passamos boa parte do nosso dia em um navegador, seja para usar algum tipo de sistema interno da empresa, seja para acessar ou buscar sites. O movimento da Microsoft, de aderir à engine do Chrome, parece fazer sentido.
De alguma forma, é um reconhecimento de que não valia a pena manter um mecanismo próprio. Portanto, vale a pena testar o novo navegador.
Só nos resta saber se ele vai realmente conquistar os consumidores.
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