Em implantação em alguns países, em fase de testes e discussão em outros: a internet 5G já é uma realidade. Trata-se da quinta geração da internet móvel que chega para substituir as anteriores com grandes promessas de velocidade.
Em alguns países como Estados Unidos e Coreia do Sul, o 5G já possui serviços comerciais funcionando. Entretanto, aqui no Brasil, a previsão é que a transição aconteça aos poucos, a partir de 2020.
A quinta geração permite uma conexão mais estável e veloz, mais dispositivos conectados simultaneamente, além de uma ampliação da zona de cobertura em relação à internet 4G. Segundo a empresa norte-americana Qualcomm, a velocidade da internet móvel na nova geração pode chegar a ser 20x mais rápida.
A chegada do 5G vem acompanhada de debates sobre a necessidade de tanta velocidade para os usuários. Neste artigo, vamos abordar que possibilidades se abrem com a nova tecnologia, quais as perspectivas para o futuro da internet móvel e também os obstáculos para a implantação da internet 5G no Brasil.
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Histórico da internet móvel – 1G, 2G, 3G e todos os Gs
A internet móvel teve um desenvolvimento gradual ao longo dos últimos 40 anos. Tanto a evolução das novas gerações quanto a transição entre elas. Entenda melhor as diferenças técnicas entre cada geração:
1G
Foi o sinal analógico de telefonia muito utilizado nos anos 1980. Tem um canal curto, restrito a poucos usuários simultâneos. Além disso, permite apenas chamadas de voz, sem transmissão de dados. Mesmo as chamadas de voz possuem uma qualidade instável de ligação pela possibilidade de interferência por um sintonizador de rádio. O sistema mais utilizado na época foi o padrão AMPS (Advanced Mobile Phone System).
2G
A telefonia móvel de segunda geração diz respeito à transição do sinal analógico para o sinal digital, pensado para suportar mais chamadas de voz e com maior qualidade. Surgiu nos anos 1990 e até hoje é utilizada em várias partes do mundo. Entre os protocolos mais utilizados está o CDMA (Code Division Multiple Access) e o GSM (Global System for Mobile Communications). O padrão GSM garantiu maior segurança nas chamadas ao implantar a criptografia, além de ser responsável pelo uso de chips nos celulares.
2,5G
A segunda geração e meia é uma definição não oficial para padrões utilizados entre a segunda e terceira gerações. Aqui estão protocolos como o GPRS – General Packet Radio Service (Serviço de Rádio de Pacote Geral), que aumentou a velocidade de transferência de dados e possibilitou a conexão contínua do usuário à rede, e o EDGE – Enhanced Data Rates For GSM Evolution (Taxas de Dados Ampliadas para a Evolução do GSM), também chamado de 2,75G por estar mais próximo do 3G. O padrão EDGE ainda é muito utilizado em algumas regiões do Brasil.
3G
É a geração de internet móvel mais comum entre os brasileiros atualmente. Sua chegada representou um grande avanço na transmissão de dados e capacidade de usuários simultâneos, principalmente em áreas urbanas. Garante uma velocidade mínima de 200 Kbps por obedecer a uma série de normas estipuladas pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), no contexto do Programa Internacional de Telecomunicações Móveis (IMT-2000). No Brasil, a tecnologia chegou primeiro pela Vivo, em 2004.
4G
A quarta geração foi desenvolvida principalmente com o objetivo de ampliar o fluxo de dados, cada vez mais requisitado tendo em vista a popularização dos serviços de streaming de filmes e músicas, baseados em banda larga móvel. A internet 4G utiliza principalmente o padrão LTE – Long Term Evolution (Evolução de Longo Prazo).
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E a internet 5G?
Como vimos, cada geração da internet móvel foi pensada com um propósito diferente, buscando sempre aprimorar a anterior. O 2G trouxe chamadas de voz com qualidade, o 3G permitiu a transmissão de dados e o 4G expandiu esse fluxo para demandas maiores.
A internet 5G surge com o objetivo de conectar inúmeros dispositivos ao mesmo tempo em uma velocidade significativamente maior. Um destaque dessa nova geração é a sua baixa latência – tempo de resposta que um dispositivo leva entre receber um comando e executá-lo. A ideia é revolucionar completamente a maneira que utilizamos a internet no mundo atual.
Além disso, essa conexão entre aparelhos não se resume a smartphones. Robôs, drones, eletrodomésticos, carros autônomos: todas as máquinas poderão se comunicar. Na era do 5G tudo estará em conexão. Essa é a internet das coisas.
Internet das coisas: um ecossistema tecnológico e responsivo graças ao 5G
Imagine que sua geladeira seja capaz de identificar quando um alimento acaba, te avisar e fazer a compra daquilo que acabou. Quando se fala em internet das coisas esse é o exemplo mais clássico. Mas a realidade é que em um mundo com objetos interligados por uma conexão ultraveloz as possibilidades são infinitas.
Melhoria na qualidade do ar e da água de cidades, otimização da agricultura, redução de desperdício de comida e controle de epidemias são alguns exemplos de uso da internet das coisas que já estão sendo aplicados ao redor do mundo.
Em resumo, a internet das coisas diz respeito à interconexão digital de objetos que transmitem dados entre si com o objetivo de gerar mais conforto, praticidade e informação para o usuário. Com a chegada da internet 5G, cada vez mais a conectividade entre diferentes objetos será possível.
Quando a internet 5G chega ao Brasil?
Por mais que se fale em possibilidades, expectativas e perspectivas para o uso da internet 5G, a realidade é que a quarta geração da telefonia móvel ainda não foi completamente difundida ao redor do mundo. No Brasil não é diferente. Ainda que o 4G seja cada vez mais comum, o 3G continua sendo a conexão móvel predominante no país.
Quanto à internet 5G, alguns testes já vêm sendo feitos no país desde 2016. No entanto, analistas avaliam que o serviço deve chegar ao mercado apenas em 2023.
A empresa de consultoria Ovum disse à Revista Exame que a quinta geração deve chegar ao Brasil de forma “evolucionária”. De acordo com a empresa, o 5G começará pelo acesso fixo-móvel (FWA) em algumas áreas mais nobres de grandes cidades, mas as promessas de baixíssima latência vão ficar para daqui a três ou quatro anos.
Ainda assim, a TIM resolveu tomar a dianteira entre as operadoras. A empresa realizou em junho de 2019 a apresentação do seu projeto-piloto de 5G em Florianópolis, cidade referência nacional em inovação. As primeiras demonstrações da tecnologia mostram o 5G da operadora funcionando na frequência 3,5 GHZ.
Tanto a TIM quanto as demais operadoras aguardam o leilão das faixas de transmissão de 5G que será realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o que está previsto para o primeiro semestre de 2020.
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