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PTinder: o app de relacionamento para quem é de esquerda

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“Os opostos se atraem”. Não é de hoje que esse velho clichê tem sido questionado e até mesmo combatido. As eleições de 2018 não só definiram novos deputados, senadores, governadores e presidente como também abalaram amizades, afastaram familiares e, claro, causaram o fim de diversos relacionamentos. A polarização política tem afetado diversos aspectos do cotidiano, e muitas vezes não é fácil ignorá-la em nome da boa convivência. Não por acaso, o PTinder quer embarcar nessa onda.

No aplicativo de relacionamento Tinder, é comum as pessoas deixarem claras suas posições políticas já na descrição do perfil, para afastar “petralhas” ou “bolsominions” da galeria de matches.

Em tempos tão divididos, muitas vezes ter opiniões políticas compatíveis chega a ser pré-requisito para o início de uma simples conversa.

Como uma mistura de oportunidade de mercado, marketing político e uma pitada de bom humor, surgiu a ideia para a criação do PTinder, aplicativo que vai facilitar o encontro de corações vermelhos por fora e por dentro.

A premissa é de que relacionamentos serão mais bem-sucedidos quanto maior for a afinidade política do casal.

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Como funcionará o aplicativo

A ideia do PTinder, que imediatamente ganhou milhares de entusiastas, é da advogada Mônica Goretti Nagime, em parceria com a escritora e professora Elika Takimoto.

O aplicativo, que ainda será desenvolvido, terá recursos semelhantes aos do Tinder original, porém, é claro, com ajustes para agradar ao público-alvo.

“Aqui não damos match e sim marx. Não procuramos pela metade da laranja porque isso é coisa do Queiroz. Aqui buscamos a metade da nossa estrela. Vamos promover encontros, festas e shows. Nos aguarde!”.

Foi nesse tom bem-humorado que Elika Takimoto anunciou em seu perfil no Instagram a chegada do aplicativo.

O perfil no Instagram do PTinder terá um quadro chamado “Partidão de Esquerda”, em que esquerdistas “venderão seu peixe” por meio de entrevistas gravadas.

Plataforma também servirá para encontrar amigos

A ideia do aplicativo surgiu quando a advogada tentava ajudar um amigo a encontrar alguém.

Depois que ele levou um fora, ela divulgou uma foto dele nas redes sociais e escreveu alguns dos atributos do moço: advogado, diretor de escola técnica, bom papo e politicamente de esquerda.

Segundo ela, a característica que mais chamou a atenção das mulheres foi o fato de ele ser de esquerda, fato que não passou despercebido por Nagime.

Assim, ela logo bolou uma forma de tornar essa busca por parceiros politicamente afins mais prática e rápida.

Ao jornal O Estado de Minas, ela afirmou que a plataforma não será exclusiva para encontros românticos.

“Vai ajudar a conhecer todo tipo de gente, fazer amigos. As pessoas estão muito agressivas atualmente. Quem quiser se encontrar em um bar e bater um papo também poderá contar com a plataforma para encontrar companhia”, disse.

Apesar do nome, não apenas os partidários do PT participarão da plataforma, mas todos aqueles identificados com a esquerda em geral.

A ideia é justamente unir, não criar mais divisões. Dessa forma, psolistas, “ciristas”, anarquistas são bem-vindos também.

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Repercussão

No demorou para o assunto viralizar nas redes sociais. No dia do lançamento da ideia, o aplicativo de relacionamento de esquerda chegou ao primeiro lugar nos trending topics mundiais do Twitter, repercutindo entre pessoas de ambos os lados do espectro político.

Programas de rádio e canais no YouTube de grande audiência também debateram o assunto e mostraram que, se for adiante, a ideia de criação do aplicativo pode ser muito bem-sucedida.

Takimoto não contava com toda essa repercussão.

“A coisa tomou uma proporção maior, mas estamos ouvindo todas as ideias”, disse.

Uma dessas ideias é que os usuários do aplicativo recebam uma identificação, por meio de pulseiras ou recursos semelhantes.

Sites e apps de encontros crescem mundialmente

Ferramentas de encontros online ganham cada vez mais adeptos no mundo todo. No Brasil, a popularidade de sites e apps de paquera é bastante alta. Segundo levantamento do Happn Brasil, um dos aplicativos de encontros mais populares do país, um quinto dos brasileiros em um relacionamento conheceram seus pares por meio desses aplicativos e sites.

Nos Estados Unidos, segundo pesquisa do Pew Research Center, cerca de 27% dos jovens entre 18 e 24 eram adeptos dos encontros online em 2016, quase o triplo dos 10% registrados em 2013.

A tendência é o mercado se diversificar cada vez mais. Já existem aplicativos voltados ao público LGBTQ+ (Grindr, G Encontros), baseados na localização e nos trajetos dos usuários (Happn), para aqueles que buscam relacionamentos mais “sérios” (Kickoff), direcionados a relacionamentos em grupo (3nder) e até para milionários, com acesso exclusivo (Raya, Luxy).

Fruto também dessa tendência a abarcar públicos-alvo específicos, o PTinder promete encontros para a ala “canhota” dos brasileiros, que não correriam o risco de ver a polarização política atrapalhar seus relacionamentos.

Resta saber se os mais identificados com a direita também terão um aplicativo de relacionamento para chamar de seu. No sempre criativo universo das redes sociais, ideia é o que não vai faltar.

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