Pela relação que temos atualmente com a tecnologia e por como fazemos uso do celular, parece que os aparelhos sempre foram verdadeiros computadores de mão. Porém, há apenas alguns anos a principal função desses telefones era realizar chamadas, enviar mensagens SMS e passar o tempo com alguns jogos básicos, como o icônico Snake.
Com a quantidade de funções que a tecnologia de dispositivos móveis passou a oferecer em tão pouco tempo, é natural que sejamos uma sociedade viciada em smartphones. O uso excessivo e descontrolado dos aparelhos, entretanto, vem gerando alertas na área da saúde. Diversas pesquisas já associam ao celular o agravamento de algumas doenças mentais e físicas.
Saiba quais são as enfermidades que estão associadas ao uso do celular e como preveni-las sem abrir mão dos principais recursos do seu aparelho.
Uso do celular em excesso é associado a doenças mentais e físicas
Imagine que em um final de semana você está sentado com seus amigos ou família aproveitando um tempo livre e escuta seu celular tocar ou o sente vibrar. Imediatamente você agarra o telefone e desbloqueia a tela, porém não há nenhuma mensagem, chamada perdida ou notificação.
Você volta a bloquear o aparelho e esquece. Entretanto, a mesma situação volta a acontecer repetidas vezes e a sensação é sempre clara, de que escutou o toque ou sentiu a vibração.
Se essa situação nunca acontece com você, saiba que ela é mais comum com os outros do que imaginamos. Tanto que o fenômeno virou objeto de estudo de um médico americano e ganhou até nome: é a Síndrome do Toque Fantasma.
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Síndrome do Toque Fantasma
Depois de anos estudando e avaliando pacientes com características de desajustes psicológicos relacionados ao uso excessivo da tecnologia, o americano Dr. Larry Rosen decidiu publicar um livro chamado iDisorder, que em livre tradução faz referência às desordens mentais relacionadas ao universo digital.
O professor aposentado e ex-presidente do Departamento de Psicologia da Universidade do Estado da Califórnia, nos Estamos Unidos, relata diversos casos em que a Síndrome descrita acima é relatada por pacientes.
Segundo ele, um estudo realizado com inúmeros usuários que afirmaram fazer uso do celular de forma excessiva revelou que pelo menos 70% deles tinha a sensação de toque fantasma em diferentes momentos do dia a dia.
Depressão – o mal do século e o uso do celular
Depressão e ansiedade são consideradas as doenças do século e estão diretamente associadas à era digital. Claramente há uma série de fatores que influenciam no diagnóstico dessas doenças.
No entanto, dezenas de estudos e pesquisas das áreas de psicologia e medicina psiquiátrica mostram que a forma como estamos convivendo com a tecnologia está afetando nossa saúde mental.
O mundo paralelo das redes sociais
No que diz respeito ao uso do celular, pesquisas mostram que o acesso constante a notícias negativas e o uso excessivo das redes sociais são os fatores que mais levam ao agravamento de doenças desse tipo.
Muitas pessoas passam tanto tempo navegando na internet pelo smartphone que acabam criando uma realidade paralela. Desse modo acabam medindo as suas realização pessoal e felicidade pela interação com o mundo virtual.
Um bom exemplo disso é a dependência a reações como curtidas e comentários em redes sociais como Instagram e Facebook. Ademais disso, a felicidade constantemente disseminada através de fotos e postagens nesses meios acaba gerando uma falsa sensação de tristeza solitária.
Insônia – uso do celular não ajuda a dormir mais rápido
Antigamente as pessoas costumavam ler um livro antes de dormir como forma de acelerar o processo de relaxamento e preparação para o sono.
Atualmente muitas pessoas trocaram esse hábito pelo uso do celular na cama com a ilusão de que vão adormecer mais rápido, como acontecia com as leituras noturnas.
A luz emitida pela tela do smartphone, entretanto, é uma das maiores vilãs contra o sono. Essa afirmação é comprovada cientificamente e segue a mesma lógica de dormir com a televisão ligada. A luminosidade emitida pelo display conduz o organismo a produzir níveis muito mais baixos de melatonina, o hormônio responsável por regular o sono.
Quando a luz recebida pelo usuário parte do celular essa consequência é ainda maior. Isso porque a tela está direcionada com mais proximidade e intensidade do que a de um aparelho de televisão, por exemplo.
Problemas na coluna cervical
Você sabia que a nossa coluna cervical tem a capacidade de suportar uma carga de aproximadamente seis quilos, relativa ao peso dos movimentos feitos pelo pescoço? Acontece que o hábito de interagir com dispositivos móveis está gerando um excesso nessa carga e provocando o aumento na incidência de problemas relacionados à coluna.
Conforme estudo médico publicado pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, a carga sobre a coluna cervical no momento em que estamos usando o celular pode representar o equivalente a 27 quilos. Ou seja, quase cinco vezes mais do que a capacidade de suporte da estrutura.
A pesquisa considera que esse valor depende do tempo em que ficamos com a cabeça direcionada ao dispositivo móvel e da intensidade do movimento feito pelo pescoço. Porém, o dado é considerado alarmante e representa um alerta para sociedade em geral.
Perda auditiva por uso de fones de ouvido
Outra complicação física que está diretamente relaciona ao uso do celular é a perda da audição. O problema está associada ao uso de fones de ouvido por tempo demais e em volumes inapropriados.
Em comunicado oficial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que pelo menos a metade dos jovens em todos o mundo escutam música com fones de ouvido em volume comprovadamente prejudicial aos tímpanos.
É inegável que os players e aplicativos de música mudaram o nosso dia a dia. Porém, é preciso ter cautela quanto ao uso de acessórios de áudio para não acabar prejudicando a saúde. Por isso, escolha bem o seu próximo fone de ouvido para ter certeza de que ele potencialmente está amparado por adequações à sua saúde.
Como prevenir doenças relacionadas ao uso do celular
Um dos pontos mais defendidos por médicos, pesquisadores e especialistas em doenças relacionadas ao uso do celular é a busca por equilíbrio. Com bom senso e cautela é possível utilizar os recursos maravilhosos oferecidos pela tecnologia sem causar danos à saúde.
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Dicas práticas de prevenção
Algumas dicas para diminuir o tempo no celular podem ajudar você a controlar a exposição ao risco de desenvolver doenças como as que citamos neste artigo, entre outras.
- Estabeleça momentos para deixar o celular de lado – o ideal é refletir sobre os momentos em que você realmente precisa estar conectado à internet. Depois basta escolher momentos do dia para se desconectar completamente do aparelho. E não vale nem espiar os alertas em tela bloqueada.
- Utilize o modo avião – uma dica interessante para começar a adquirir o hábito de esquecer o smartphone por algumas horas é usar o modo avião. Assim você não corre o risco de cair na tentação de conferir se há algum alerta.
- Não coma nem durma com o celular ativado – dois bons momentos para começar a deixar o aparelho de lado, talvez colocá-lo em modo avião, são os horários de dormir e das refeições. Experimente por alguns dias que com certeza não sentirá falta.
Mais algumas dicas que podem ajudar
- Desenvolva a sua inteligência emocional fora da internet – há quanto tempo você não lê um livro, sai para uma caminhada ou assiste a um filme sem consultar o telefone durante todo o período dessas atividades? Volte a desenvolver hábitos que geram prazer offline.
- Tenha senso crítico quanto ao conteúdo que você consome na internet – se ainda não consegue estar muito tempo afastado do celular, ao menos filtre as informações que recebe através dela.
Nas redes sociais siga perfis que realmente interessem e gerem bons sentimentos em você. Evite ler notícias e conteúdos negativos e degradantes. - Utilize aplicativos que ajudam a monitorar o uso do celular – outra boa alternativa para você começar a ter consciência de como está usando o smartphone é, então, usar apps que controlam e geram dados.
Para ajudar você nessas tarefas, neste outro artigo mostramos cinco passos para controlar o uso das redes sociais. Além disso sugerimos aplicativos que podem ser úteis. Confira!
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