Queridinho de milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo, Minecraft completou dez anos em 2019 como o quarto jogo mais vendido no planeta e o de maior audiência de todos os tempos no YouTube. Presente nas mais diversas plataformas, o jogo é capaz de unir fãs, haters, amenizar a guerra entre os consoles de games e agrupar gerações. Mas, afinal, o que ele tem de tão fascinante?
Minecraft é um jogo de sobrevivência e construção que chama a atenção desde sua criação, em 2009. Lançado inicialmente para computadores, o game fez muito sucesso e ganhou outras plataformas – hoje está disponível nos celulares e na maioria dos consoles de videogame. Mesmo frente a outros concorrentes de peso, ele se mantém relevante e atualizado.
Criado como jogo independente por um desenvolvedor sueco, Minecraft é um fenômeno cultural com forte impacto estético e econômico que subverteu as regras dos videogames.
Como parte das comemorações pelo aniversário de dez anos do jogo, é possível jogar o game original clássico diretamente em um navegador de internet. Minecraft Classic é um jogo muito diferente dos com que os jogadores estão habituados atualmente, pois oferece apenas 32 blocos diferentes para construir suas obras. Ao mesmo tempo, é uma verdadeira viagem no tempo e um presentão para os saudosistas.
Não deixe de conferir o artigo abaixo para saber mais sobre essa primeira versão e outros detalhes do jogo.
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O que é Minecraft?
Minecraft é um jogo online de modo aberto que permite que você construa coisas com cubos – dos quais são feitos todo o jogo. Basicamente é um jogo que não tem história: cada jogador constrói a sua.
Ao jogar pela primeira vez, você se depara com um amplo horizonte de blocos pixelados. Nos primeiros momentos, é difícil entender o fascínio gerado por esse mundo anguloso, de texturas rudimentares. Detendo um pouco o olhar, o jogador se acostuma à paisagem de árvores, pedras e montanhas.
Gradativamente, os limites desse mundo de blocos passam a fazer sentido e atiçam a curiosidade. O primeiro contato revela uma diferença gritante em relação a outros jogos: Minecraft não tem tutorial. O mistério e a descoberta fazem parte do jogo. A ideia é que você aprenda jogando e treinando por conta própria.
A nostalgia também faz parte do jogo. O visual remete aos anos 1980 ou 1990, dos videogames de 8 ou 16 bits. O que entrega a atualidade é a fluidez do universo 3D.
Ao contrário de sucessos da época, como Call of Duty, Minecraft não tem uma história, instruções ou missões. Ele dá liberdade total a quem quiser explorá-lo – como crianças em uma caixa de areia.
O jogo possui uma dinâmica de sobrevivência e exploração. Há vários modos de jogar, como sobrevivência, criativo e online. Independentemente do objetivo, você deve usar blocos de madeira, terra e pedra para construir casas, edifícios e afins.
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Minecraft PE
Minecraft Pocket Edition, também chamado de Minecraft PE, é um jogo para download nos celulares com sistemas Android, iOS e Windows Phone. Assim como o Minecraft original, tem foco na construção com blocos em um mundo pixelado, em que o jogador pode criar o que quiser em mapas e cenários 3D.
Na versão pocket, todas as imagens interagem, e você pode ir muito além de lagos e árvores, criando um mundo sob a terra. Além disso, o jogador é acompanhado por sons que tornam as construções ainda mais reais, como o som das águas quando andar pelos lagos.
Minecraft Earth
Inspirado em Pokémon Go, o Minecraft Earth está sendo lançado gradualmente em todo o mundo ao longo de 2019. O jogo em realidade aumentada permite que os jogadores percorram seus bairros para coletar recursos, colaborem em construções com outros usuários e batalhem contra as criaturas de Minecraft.
Basicamente, é como ter Minecraft no “mundo real”.
Minecraft: Story Mode
Disponível na Netflix, a série interativa traz a história de Jesse. Junto com seus amigos, ele está se preparando para o Edercon, uma competição de construção de Minecraft. E Jesse tem que mostrar que é mais que um(a) construtor(a).
Quem decidirá os próximos passos é você. A primeira temporada tem 5 episódios, e a duração de cada um pode variar de 38 a 94 minutos. Mesmo se tratando de um jogo no qual tudo é formado por cubos pixelados, os gráficos e o som são excelentes.
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A história do Minecraft
Há dez anos, o programador sueco Markus Persson decidiu colocar na internet a primeira versão de um jogo. Conhecido na web como Notch, ele havia criado em poucos dias o jogo de gráfico pixelado. Com esse visual simples, sua ideia era permitir que o jogador explorasse o cenário e usasse recursos para criar o que quisesse.
Era exatamente o contrário do que os jogos da época faziam. O que se buscava, então, era superar a experiência cinematográfica por meio de gráficos realistas, com texturas de alta definição, narrativa heroica, trilhas orquestradas e dublagens com atores famosos. Tudo isso com orçamentos milionários, é claro.
Restou aos produtores independentes dos chamados “jogos indie” apelar para uma forma de jogar mais simples, que remetia à nostalgia da época em que existiam apenas dois botões no joystick. Acrescentem-se a isso histórias de fundo mais ousadas e abstratas, deixando que a imaginação do jogador interagisse com essa camada dos jogos digitais.
Ou seja, foram as limitações impostas aos produtores independentes que os obrigaram a desenvolver uma estética original.
Desde o princípio Minecraft declarou-se ultrapassado, retardatário gráfico e tecnológico. Graças a isso, o jogo não tem prazo de validade. Já os títulos que tentam simular a realidade costumam envelhecer rapidamente, pois estão mais suscetíveis às evoluções técnicas.
Lançamento
Lançado em 17 de maio de 2009, Minecraft passou um ano sendo feito apenas por Notch. Quanto mais recursos ele lançava, mais o jogo se vendia. Ainda na versão alfa, vendeu 800 mil cópias — número alto para um jogo criado por uma pessoa só e ainda em fase embrionária.
Notch decidiu então montar um estúdio próprio, a Mojang. Ele se transformou em referência de criatividade dos jogos eletrônicos, inspiração para outros criadores. Seu sucesso chamou a atenção da Microsoft. Em 2014, a empresa comprou a Mojang por US$ 2,5 bilhões. Notch virou um bilionário, mas se afastou do estúdio após o negócio.
“Eu não faço jogos com a intenção de eles se tornarem grandes sucessos, e eu não tento mudar o mundo (…). Não quero ser um símbolo, responsável por algo enorme que não entendo, em que não quero trabalhar”, disse em seu blog para explicar o afastamento.
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O poder da comunidade de Minecraft
Hoje, com versões para videogames e celulares, Minecraft já bateu 176 milhões em vendas – é o segundo jogo mais vendido do mundo, atrás apenas do Tetris, outro jogo de encaixe de blocos.
O Brasil conta com a quarta maior comunidade de jogadores de Minecraft do mundo. Segundo a produtora do jogo, os três primeiros lugares são ocupados por China, Estados Unidos e Rússia.
Há um vasto catálogo de conteúdo relacionado ao Minecraft no YouTube. São cerca de 42 milhões de vídeos, de clipes que dão o passo a passo para construir coisas novas ou novas formas de modificar mundos já existentes àqueles que simplesmente mostram gravações de outras pessoas jogando.
Também há centenas de canais dedicados ao Minecraft. Alguns deles tornaram-se sensação na internet. Certos grupos de pais começam a se preocupar com os efeitos que tantas horas de jogo e vídeos podem ter sobre seus filhos.
Por outro lado, de acordo com a Microsoft, 35 milhões de alunos e professores têm licenças para jogar com os blocos na sala de aula. Alguns anos atrás, se nos dissessem que seria possível ensinar utilizando um jogo de videogame, provavelmente duvidaríamos.
No entanto, isso já é realidade em muitas escolas. Desde sua introdução, educadores do mundo todo têm utilizado o Minecraft para ensinar todos os tipos de disciplinas, desde matemática e biologia até artes e poesia.
Além de ensinar matérias escolares de forma inovadora, a versão educacional do jogo trabalha habilidades que serão exigidas dos alunos no futuro, como colaboração, criatividade, programação e pensamento crítico. Que tal?
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