Você sabia que 99% das conexões do planeta são feitas através de uma imensa rede de cabos subaquáticos que cruzam os oceanos? Exatamente. A comunicação via satélite representa apenas 1% da demanda global enquanto a fibra ótica submergida no mar faz o restante do trabalho. Estamos falando sobre isso porque um dos assuntos mais comentados ultimamente foi a instalação do cabo submarino Google que irá conectar os Estados Unidos à América Latina.
O projeto, batizado de Curie, foi o terceiro anunciado pela gigante americana. Saiba tudo sobre a novidade que deverá aumentar significativamente a velocidade da internet nos países latino-americanos.
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Cabo submarino Google é primeiro totalmente privado
O projeto Curie não é exatamente uma novidade em termos de estrutura subaquática de fibra ótica. Instalações como esta já estão presentes pelos oceanos ligando diferentes partes do mundo. Entretanto, o cabo submarino Google é o primeiro a ser montado com recursos 100% privados.
Um exemplo de projeto com dimensões tão grandes quanto as do Google é o que conecta a Europa aos Estados Unidos através do Oceano Atlântico Norte. Essa instalação, no entanto, contou com uma parceria entre o Facebook, a Microsoft e governos de diversos países para a construção das estruturas e a implantação na superfície oceânica.
Ou seja, a obra contou com recursos públicos, assim como aconteceu em outros projetos de menor proporção.
Estrutura privada e autonomia
Com a instalação do Curie, o Google se tornou a primeira empresa não-especializada em telecomunicações a construir uma rede de conexão sem investimentos públicos. Em sua página oficial, a companhia informa que esse foi somente o primeiro de muitos cabos privados que ela pretende instalar nos próximos anos.
A empresa ainda deixa claro que seguirá participando de consórcios que promovem a implementação de estruturas como essa em parceria com a iniciativa pública e outras marcas. Porém, defende a escolha por um investimento 100% privado pela autonomia gerada por esse formato.
Instalações como a do novo cabo submarino Google permitem maior flexibilidade na tomada de decisões tanto quanto à otimização de latência da rede quanto ao roteamento dos dados. Além disso, a empresa explicou que, com menos partes envolvidas no processo, a construção é mais fácil e acontece em menos tempo.
Outros dois projetos de cabos submarinos privados já estão em desenvolvimento pela empresa americana. Um deles irá ligar os Estados Unidos à Europa. O outro fará conexão entre Africa do Sul e Portugal. Essas propostas, no entanto, ainda não têm data oficial para entrar em operação.
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Nome de instalação homenageia cientista
O cabo submarino Google recebeu o nome de Curie em homenagem à cientista polonesa Marie Curie. Ela foi pioneira em pesquisas no campo da radioatividade e a única pessoa na história a receber Prêmios Nobel em duas áreas distintas. Em 1903 Marie foi reconhecida com o Nobel em Física e, no ano seguinte, foi premiada por suas descobertas na área da química.
Em nota oficial divulgada com o início das instalações, a empresa explicou que a escolha do nome para homenagear a cientista buscou representar a excepcionalidade do projeto. Característica que também foi a marca principal da história de Marie.
Cuidado com o meio ambiente
Estudos de impacto realizados por especialistas da área comprovaram que a instalação dos cabos submarinos não causam grandes danos ao meio ambiente.
Técnicos contratados pelo Google reconhecem que durante o período de construção há um impacto ambiental pela movimentação das obras, principalmente na região costeira. Os profissionais, entretanto, afirmam que são tomadas medidas para reduzir esses impactos e que todas as ações são monitoradas constantemente.
Além disso, com base nas experiências anteriores, a expectativa é sempre de que as estruturas subaquáticas sejam rapidamente integradas ao ambiente. Tal como acontece, por exemplo, com navios e barcos naufragados, que resultam tomados pela vida marinha.
Cabo submarino Google é maior via de dados do Chile
Com 10,5 mil quilômetros de extensão costeando os continentes americanos pelo Oceano Pacífico, o Curie conecta o Chile à Califórnia. Quando o cabo estiver em pleno funcionamento, oferecerá uma capacidade de 72 terabytes por segundo.
Essa é a primeira vez em 20 anos que um cabo submarino chega ao Chile e, por suas proporções, é a maior via de dados da região. O Google já vem investindo no país há alguns anos. Em 2015 inaugurou na cidade chilena de Quilicura o primeiro centro de dados da empresa na América Latina.
O centro de dados construído no Chile é um dos mais eficientes do continente em termos de consciência ambiental e ecológica. Ele emprega mais de 20 pessoas do setor e realiza trabalhos de apoio à comunidade local. Em médio e longo prazo, o Google pretende investir aproximadamente US$150 milhões nessa base.
Por que o Google escolheu a América Latina para o projeto Curie
A implantação do projeto Curie entre Estados Unidos e Chile faz parte de um plano ambicioso do Google de atingir o seu próximo bilhão de usuários na internet.
A América Latina foi escolhida para receber a instalação do seu primeiro cabo submarino com estrutura completamente privada porque representa um bom mercado para a empresa.
O Google afirma que, embora a região tenha uma boa demanda de conexão, ela não é atendida de forma satisfatória pelos serviços de dados internacionais oferecidos até agora.
O investimento nessa infraestrutura irá gerar até o final de 2020 um aumento significativo na velocidade da internet e na eficiência da rede. Esse avanço representa para a empresa uma grande oportunidade de crescimento e desenvolvimento na região.
O objetivo, então, é gerar novos negócios e ampliar as plataformas da nuvem enquanto a informação se torna cada vez mais acessível aos usuários.
Empresa possui milhares de quilômetros de fibra ótica pelo mundo todo
Quando usamos os serviços do Google, seja para fazer buscas, enviar emails, navegar por mapas ou assistir a vídeos, não imaginamos o que está por trás dessas ferramentas que hoje são parte do nosso dia a dia.
Todos esses recursos disponíveis ao usuário com apenas alguns cliques ou toques de tela funcionam através da Google Cloud, a nuvem do Google. Para que essa nuvem seja forte, eficiente e segura, a empresa investe em um série de elementos como os centros de dados e as plataformas específicas para a nuvem.
Porém, nenhum desses elementos poderia funcionar isoladamente. Ou seja, se não estivesse conectado às outras partes. E você sabe como essa conexão é feita? Claro, pelas estruturas subaquáticas que estão espalhadas pelo mares de todo o mundo, como o novo cabo submarino Google instalado entre Estados Unidos e Chile.
A grande rede de cabos que faz a nuvem da empresa ser uma da maiores do mundo é composta pela presença de mais de 100 pontos que passam por 7,5 mil nós. No total são milhares de quilômetros de fibra ótica submergida ao redor de todo o mundo através de 11 cabos submarinos.
Cabo submarino Google terá nova filial do projeto
O anúncio de que a instalação do Curie estava finalizada foi feito no final de 2019, e a empresa aproveitou a ocasião para oficializar mais uma novidade. O projeto ganhará uma filial no Panamá, que já está com a montagem em pleno andamento.
Quando essa nova base estiver em funcionamento, a largura da banda e a conectividade na América Central também serão aumentadas de maneira significativa. A iniciativa faz parte de um aprimoramento da empresa em sua habilidade de conexão de redes entre regiões próximas.
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