Uma das maiores companhias de telecomunicações da Europa, a Telecom Itália (TI), fechou parceria com o Google e irá mudar a forma como trabalha com a computação em nuvem. A empresa é dona da marca TIM, segunda maior operadora de telefonia móvel do Brasil. As novidades tecnológicas do grupo, entretanto, não são aplicáveis aos mercados onde a TI atua fora do país europeu.
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Telecom Itália e Google fazem parceria estratégica
Os acordos entre empresas de telecomunicação e tecnologia são uma tendência cada vez mais comum. Isso porque as operadoras estão vendo que não possuem a capacidade técnica necessária para oferecer serviços de computação em nuvem com desenvolvimento próprio que sejam realmente competitivos.
O formato adotado pela Telecom Itália e o Google representa essa tendência, em que grandes companhias do setor se aliam aos maiores players do mercado tecnológico e reduzem seus data centers próprios. A empresa italiana, no entanto, não perdeu tempo e buscou aliar-se a uma das principais líderes do setor de tecnologia.
O resultado desse acordo poderá ser avaliado nos próximos anos. Porém, a movimentação estratégica causou barulho no meio tecnológico, e a expectativa é de que o trabalho conjunto das duas empresas termine representando uma fatia significativa do mercado europeu de computação em nuvem.
Criação de uma terceira empresa operada por Google e Telecom Itália
A TI não divulgou muitos detalhes sobre o modelo de negócio adotado no contrato nem sobre quais tecnologias do Google serão utilizadas pela companhia. Em comunicado oficial da Telecom, foram divulgados apenas dados gerais da parceria.
Porém, ficou claro que a união das duas empresas resultará na criação de uma terceira marca que entrará na bolsa de valores com valor de mercado aproximado a 1 bilhão de euros. A nova corporação terá uma abordagem especializada em infraestrutura de serviços em nuvem.
Dentro das atividades propostas, serão integrados os 23 data centers de propriedade da Telecom Itália e novos centros que serão construídos pela operadora de agora em diante.
A nova marca também irá explorar a carteira de clientes da TI, composta por aproximadamente 16 mil usuários de produtos de software e 5 mil usuários de infraestrutura. Ainda que não esteja dito, o contrato claramente tem o objetivo de ganhar mercado e deve resultar em um aumento significativo de clientes atendidos pelos serviços cloud.
Segunda nota oficial divulgada pela empresa italiana, a ampliação deverá resultar em uma demanda de profissionais especializados. Entre eles, pelo menos 800 engenheiros de tecnologia em nuvem deverão ser contratados nos próximos anos. Todas as operações estarão restritas ao país europeu.
Telecom Itália também atua na América Latina e América Central
A maior empresa de telecomunicações da Itália foi fundada em 1994 como uma estatal, mas foi privatizada em 1999 por possuir muitas dívidas. Atualmente seu campo de atuação mais importante é a telefonia móvel, com o qual conquistou espaço fora da Europa.
Através da operadora TIM, a TI também atua em Cuba, Bolívia, Argentina e Brasil, onde ocupa o segunda lugar entre as maiores empresas do segmento. A TIM está nessa posição importante há muitos anos e fica atrás apenas da operadora Vivo, que segue dominando o mercado brasileiro.
Restrição ao mercado europeu
Devido à sua atuação fora da Europa, uma informação importante, aclarada em diversos pontos do comunicado oficial lançado pela TI, é sobre a restrição do contrato ao mercado europeu.
Como a operadora atua em outros países, poderia haver dúvidas sobre se o serviço seria válido para todos os mercados de atuação. Entretanto, pelo menos nesse primeiro acordo, as empresas não preveem a ampliação da nova marca para outras regiões.
Se isso será mantido ou se em breve haverá uma expansão ainda não é possível saber. Tanto Telecom quanto Google preferem não comentar essa possível intenção de crescimento por outros mercados de atuação.
Brasil teve maior migração de sistemas da América Latina
Em abril de 2019 a operadora Oi firmou um contrato inédito com a empresa de tecnologia Oracle para usar nos seus próprios data centers os recursos da empresa parceira. Naquele momento, a operação foi considerada a maior migração de sistemas realizada na América Latina.
Aparentemente o acordo firmado no Brasil segue os mesmos moldes do que foi apresentado no final de 2019 pela Telecom Itália e pelo Google para atuação na Europa. Ao menos no que diz respeito ao formato de contrato de aliança entre duas grandes companhias que possuem uma abrangência forte nos seus setores.
O contrato da Oi com a Oracle foi seguido por um anúncio de venda de parte dos data centers da operadora no país. A ação foi uma estratégia da operadora para capitalizar o investimento em tecnologias ligadas ao seu negócio principal, como a estrutura para a rede 5G.
Operadoras buscam espaço no mercado de tecnologia assim como a Telecom Itália
As operadoras de telefonia móvel brasileiras entraram no mercado de computação em nuvem há aproximadamente oito anos. Desde então vêm tentando conquistar um espaço relevante no setor, mas os resultados foram mais lentos do que o esperado.
A assinatura do contrato da Oi com a Oracle confirmou a dificuldade das empresas de telecomunicação em atuar nesse setor. Ademais disso, especulações sobre o assunto indicam que outras empresas devem adotar uma mudança de estratégia.
A Telefônica do Brasil, dona da operadora Vivo, por exemplo, está com seus três data centers brasileiros em disputa pelas empresas Digital Realty, Brookfield e Equinix. O negócio, que ainda não tem data para ser concluído, estaria avaliado em US$600 milhões. Então, é esperar pra ver.
Claro e Embratel investem em tecnologia própria
No Brasil, a única operadora que parece estar na contramão dessa tendência é a Claro. Através da empresa Embratel, a operadora pretende repetir no país o posicionamento conquistado no México. Naquela região, a companhia comprou uma empresa de tecnologia em 2013 e, desde então, concorre diretamente com gigantes do setor como Sofftek, IBM e HPE.
O projeto é estar entre as maiores referências brasileiras em tecnologia da informação nos próximos anos. Para isso, a Embratel possui cinco data centers próprios no país em que atua em serviços de telecomunicações e implantação de sistemas.
O que é computação em nuvem?
O nome computação em nuvem é a tradução do termo original em inglês, cloud computing. O conceito faz referência a todo serviço tecnológico feito através da internet, na nuvem, sem a necessidade de instalação de softwares nem armazenamento de dados.
A nuvem é simplesmente um espaço virtual, em rede, onde são gerenciados arquivos e programas. Esse gerenciamento é feito de forma remota a partir de qualquer dispositivo e lugar onde haja conexão com a internet.
Entre as principais vantagens do serviço de computação em nuvem estão a redução de custos, a segurança, o aumento do desempenho e da produtividade, entre outros. Quer saber mais sobre a tecnologia cloud? Neste outro artigo do nosso blog falamos sobre todas os benefícios de salvar seus arquivos numa nuvem.
Apesar de a segurança ser um dos pontos positivos desse sistema, ela também é muito questionada e pode entrar no negócio como uma das ameaças. Para usar um serviço em nuvem é necessário ter certeza de que os sistemas de segurança são eficientes.
Embora a computação em nuvem em escalas maiores ainda esteja em expansão, há diversos serviços desse tipo ao alcance do usuário. Alguns dos mais populares são os sistemas de sincronização de arquivos, tal como o DropBox.
Os serviços do Google como o Drive, de armazenamento e compartilhamento de documentos, e o Docs, usado para a criação de arquivos de texto diretamente na nuvem, também estão entre os mais populares entre usuários do mundo todo.
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