Seja por falta de tempo, vontade ou paciência, o robô aspirador de pó já desperta atenção dos consumidores brasileiros. É um desses aparelhos que nos colocam para pensar sobre a trajetória da tecnologia e suas aplicações. Afinal, há poucos anos, ter um robô limpando a casa não passava pela cabeça de muitas pessoas como algo possível.
Quem assistiu a robô Rosie limpando a casa dos Jetsons talvez não tenha acreditado que poucas décadas depois conseguiríamos alcançar o que foi projetado no desenho animado dos anos 1960. Em parte, ao menos.
No entanto, para usar o robô aspirador não basta simplesmente apertar um botão e esperar que o aparelho se livre da sujeira feito mágica. Existe uma variedade de modelos e marcas no mercado funcionando com diferentes tecnologias. Além disso, as funcionalidades variam de acordo com o nível de “inteligência”. Assim como, é claro, o preço.
É possível levar um robô aspirador de pó de um modelo mais simples para casa desembolsando menos de R$ 500. Mas você também encontra preços acima de R$ 6.000 por um aparelho mais autônomo e, digamos… perspicaz.
Primeiramente, para saber se vale a pena comprar um robô aspirador, é necessário estar atento a uma série de fatores que envolvem esta aquisição. Nesta avaliação você deve levar em conta desde as características do ambiente que será limpo até quais as suas funções e tecnologia utilizadas. Em resumo, o aparelho pode operar de duas maneiras: por sensores e/ou por mapeamento. Entenda melhor como funciona cada uma delas:
Sensores
Os sensores são o principal segredo dos robôs. É por meio deles que a máquina poderá conhecer o ambiente que deverá ser limpo. Diferentes exemplares possuem diferentes tipos de sensor. Entre eles, o principal costuma ser o sensor de obstáculos, também conhecido como sensor de impacto. Versões mais simples como o modelo HO041 da Multilaser e o Rb-01 da Mondial possuem esse sensor no formato de um grande botão na parte da frente do aparelho.
O sensor de obstáculos pode deixar um usuário recente do aparelho um pouco intrigado. Afinal, talvez crie a expectativa de que ele sairá varrendo sua sala da maneira mais otimizada possível. Mas não é bem assim que funciona. É normal que o robô “dê com a cara” em paredes, sofás e outros móveis. É justamente pelo impacto que ele irá descobrir para que lado deve virar.
Porém, ao tocar em um móvel e mudar a rota, sujeira pode ficar para trás. Os fabricantes buscam resolver esse problema de diferentes maneiras. Os robôs da Midea, por exemplo, possuem 5 modos de operação. Limpeza especial, aleatória, bordas e cantos, zigue-zague e autolimpeza. Você pode programar de acordo com sua necessidade ou deixar que ele passe por todos os modos.
Já os modelos mais sofisticados da iRobot resolvem a questão de outra forma. O sensor de impacto consegue fazer com que o aparelho diminua a velocidade conforme o obstáculo se aproxima. Dessa forma o robô consegue mover do seu caminho algumas barreiras como a barra da roupa de cama e cortinas.
Além disso, o robô aspirador tem sensor de queda, outro truque extremamente importante. Por meio de sinais infravermelhos, a máquina consegue escanear a superfície e identificar o perigo. Ao se aproximar de uma escada, por exemplo, o robô consegue dar meia-volta e retomar a faxina com segurança.
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Mapeamento
O método de mapeamento é uma tecnologia mais recente e eficiente entre os robôs aspiradores. Esses modelos são capazes de montar aos poucos um mapa do ambiente para facilitar o seu trabalho. Essa tecnologia também pode funcionar dependendo de cada fabricante: desde uma câmera que fotografa o ambiente até um laser detector de luz e alcance. De qualquer maneira, o robô acumula dados para otimizar a sua rota de limpeza.
Graças a tecnologia de mapeamento, a máquina consegue se localizar no ambiente ou até retornar sozinha para a base quando a bateria estiver acabando. Modelos capazes de mapear o ambiente costumam se mover de uma forma mais ordenada e menos aleatória do que versões que contam apenas com sensores. Obviamente, todas essas vantagens aumentam (e muito) o preço do aparelho.
Como escolher o robô aspirador adequado
Mesmo que você já esteja convencido a adquirir um ajudante robótico, alguns pontos devem ser levados em conta. Veja abaixo algumas vantagens, desvantagens e o que considerar na hora de levar um robô aspirador para a sua casa ou escritório.
Tapetes
Se o ambiente que você quer limpar possuir tapetes ou carpetes, talvez seja necessário um robô aspirador mais avançado. Isso porque os modelos mais simples podem reconhecer a elevação como um obstáculo e desviar. Outra dica é tirar fios e brinquedos do caminho. Isso irá evitar que o aparelho altere a sua rota muitas vezes, garantindo uma limpeza mais completa.
Aspirar x varrer
Os robôs aspiradores costumam possuir uma ou mais escovas giratórias. Elas auxiliam a empurrar a sujeira para a boca de sucção central, localizada abaixo do aparelho. Porém, apenas modelos mais avançados conseguem de fato varrer a superfície. Como é o caso do Ropo Glass 2, que possui uma escova cilíndrica acoplada à parte de baixo além da abertura para sucção.
Ao acumular sujeira, a maioria dos aspiradores requer que o seu o compartimento de armazenamento seja esvaziado. No entanto, robôs mais avançados possuem uma função autolimpante ao voltar para a base. Esse é o caso do Roomba i7+ da marca iRobot que, além de fazer a própria limpeza, possui funções como interação com assistentes de voz (Google e Alexa), mapeamento com tecnologia altamente avançada e criação de paredes virtuais. O aparelho custa em torno dos R$ 6 mil no site da marca.
Altura de móveis
Outro ponto a se considerar é o tamanho do seu robô em relação aos móveis da casa. Por possuir em geral um design compacto, é comum que o aparelho fique preso em vãos de armários, balcões e cadeiras, podendo inclusive danificar o seu funcionamento. Fique atento a esses espaços.
Ruído
Um dos principais pontos negativos de um aspirador comum é o seu nível de ruído. No caso dos robôs, por serem de potência mais baixa, esse problema é, em geral, menos presente. Ainda assim, uma saída para evitar o barulho é adquirir um modelo que tenha função de programação.
Agendar um horário para que o robô limpe o ambiente quando ninguém estiver em casa é uma alternativa já presente em alguns aparelhos intermediários. Entre eles, versões da iRobot e da Deebot. A programação é feita por um controle remoto que vem junto com o robô ou por um aplicativo para smartphone.
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Tamanho do ambiente
Ambientes com salas e quartos muito amplos podem ser um problema para o seu robô aspirador de pó. Apesar dos sensores, pode ser que o trabalho não fique tão bem feito se você exigir que o aparelho faça a limpeza de uma grande área de uma vez só. Nesses casos, o ideal é que você feche as portas e deixe ele limpar um cômodo de cada vez, com novas cargas de bateria. Principalmente se o seu robô aspirador for de um modelo mais básico.
Comparativo entre modelos de robô aspirador
A Revista Superinteressante realizou um teste comparativo entre 4 modelos disponíveis no Brasil. O teste levou em consideração a performance geral dos robôs observando nível de ruído, preço, modo de funcionamento, entre outros critérios. E, um spoiler: quem levou a melhor quanto ao custo-benefício foi o Ropo Glass.
Em suma, vale lembrar: exemplares com tecnologia mais avançada possuem mais autonomia e uma melhor capacidade de limpeza. Porém, os diferentes pontos apresentados nesse artigo devem ser observados para avaliar qual o modelo mais adequado para o seu ambiente especificamente.
Com essas informações em mãos, fica mais fácil escolher um ajudante robótico que cumpra a sua expectativa e caiba no seu bolso (ou até desistir da ideia).
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