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Privacidade: o que podemos aprender com a pandemia

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As medidas sanitárias impostas pela pandemia de Covid-19 trouxeram uma nova forma de se relacionar com a internet. O uso constante e frequente da rede para trabalho, entretenimento e contato com amigos é anterior à crise do coronavírus. Porém, com o isolamento social essa proximidade foi potencializada e trouxe à tona alguns debates, como a questão do direito à privacidade.

Além do convívio de forma geral ter sido transportado para o meio digital, a própria tecnologia e suas ferramentas foram úteis em diversas frentes de combate ao contágio do vírus. Um exemplo é o crescimento do home office.

A contrapartida é que, quando tudo isso passar, será preciso atenção para que aquilo que hoje é útil, como as ferramentas de monitoramento por exemplo, não seja utilizado como mecanismos de ameaça aos direitos individuais.

Neste artigo você vai conferir alguns exemplos de uso da tecnologia no combate à Covid-19 e que levantam um alerta sobre privacidade e a liberdade civil. Além disso, lembramos ao final da publicação algumas dicas úteis na hora de proteger seus dados ao navegar pela internet.

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Monitoramento durante a pandemia

A vigilância do tráfego e localização de pessoas é uma das estratégias envolvendo ferramentas tecnológicas adotadas por países que estão enfrentando a disseminação do coronavírus. No caso dos Estados Unidos, o governo utilizou dados de localização através não das operadoras, mas da indústria de publicidade mobile, segundo informações do jornal The Wall Street Journal. 

Os dados pessoais gerados pelos anunciantes são compilados e analisados pelas autoridades com o objetivo de identificar a situação de adesão ao isolamento. Através desses dados foi possível identificar, os horários em que havia aglomerações no parque principal da cidade de Nova Iorque.

Operadoras de telefonia em países da União Europeia como Itália, Alemanha e Áustria também colaboraram com autoridades compartilhando dados para vigilância do tráfego dos cidadãos durante o surto pandêmico. O monitoramento vai além em países como Taiwan, onde oficiais do governo são alertados quando pessoas infectadas e em quarentena se afastam do seu local de confinamento.

Vigilância pelo celular atinge privacidade na China

No caso da China, primeiro país a entrar em lockdown e também o primeiro a afrouxar as medidas de isolamento após a contenção do contágio, a vigilância através dos celulares também foi uma parte importante da estratégia contra o vírus.

Um aplicativo desenvolvido pelo próprio governo chinês atribuía cores para cada cidadão de acordo com o histórico de viagens e seu status de saúde. A liberdade de circulação de cada indivíduo era determinada a partir da sua cor, disponível em um QR code gerado pelo app para ser escaneado pelas autoridades.

É importante também destacar que as tecnologias de vigilância da população não dependem apenas do uso dos smartphones. Um bom exemplo são as câmeras de reconhecimento facial, também utilizadas no contexto da pandemia.

A polícia russa afirma que mais de 200 pessoas desrespeitando o isolamento foram identificadas através de câmeras na cidade de Moscou.

E no Brasil?

No caso do Brasil, a principal medida também é relacionada à geolocalização dos celulares. O governo de São Paulo fechou uma parceria com quatro das maiores operadoras de telecomunicações (Claro, TIM, Vivo e Oi) para fornecimento de dados dos seus clientes.

As empresas realizam um levantamento da quantidade de conexões em suas antenas de transmissão, gerando assim um mapa de localização dos usuários. O deslocamento também pode ser medido através da identificação de celulares que se conectaram em um curto período de tempo a estações diferentes.

Segundo o governo de São Paulo, a medida é utilizada apenas para calcular a adesão ao isolamento em cada região da cidade, não sendo possível identificar detalhes individuais como nome e gênero, por exemplo. As informações gerariam apenas uma espécie de ondas de calor onde é possível identificar grandes aglomerações, mas nenhum cidadão individualmente.

Além do exemplo de São Paulo, assim como nos Estados Unidos alguns estados e municípios brasileiros também recorreram aos dados de empresas que utilizam a geolocalização de celulares para envio de publicidade. É o caso do governo de Santa Catarina e da cidade de Recife, que firmaram parceria com a empresa In Loco.

Não há dúvidas do importante papel que a tecnologia desempenha em momentos de crise como o atual. Entretanto, pesquisadores e especialistas da área da segurança digital e privacidade alertam que são em momentos como esse que se abrem brechas para que, posteriormente, os direitos de liberdade individual sejam reduzidos.

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Privacidade: como proteger seus dados pessoais

Em um mundo que gira na lógica de um constante e imenso fluxo de informações, os dados pessoais são cada vez mais valiosos. Ter acesso aos dados de um indivíduo através da internet dá o poder para que empresas e governos possam prever e até controlar o seu comportamento.

Você é alvo todos os dias de propagandas direcionadas que tem como base o seu histórico de tráfego pela internet.

Dentro desse cenário, blindar-se completamente pode ser muito difícil. Entretanto, algumas dicas simples mas valiosas podem ajudar na hora de proteger sua privacidade contra a captura de informações pessoais. Veja algumas:

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Privacidade: há uma real ameaça?

Como você pode ver, o avanço tecnológico principalmente da área da informação e telecomunicação pode também trazer impactos negativos se não houver controle.

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