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Mulheres na tecnologia: conheça profissionais que fazem a diferença

Embora ainda sejam minoria no ramo tecnológico, as mulheres têm conquistado o seu espaço neste mercado. São vários os exemplos durante a história da humanidade em que mulheres foram vanguardistas. Neste artigo você conhecerá mulheres que fizeram e têm feito a diferença para o avanço da tecnologia.

Ada Lovelace (1815-1852) é tida como uma pioneira da computação, sendo a primeira “programadora” do mundo. Ela e o inventor Charles Babbage trabalharam em sua ideia de uma “máquina analítica” nos anos 1800.

Outro exemplo veio no Século XX. Durante a 2ª Guerra Mundial, cinco mulheres foram responsáveis por escrever instruções para o primeiro computador programável totalmente eletrônico do mundo.

Se a história nos mostra que mulher e tecnologia combinam, por que pensar de maneira diferente? Por que as mulheres ainda são minoria nesse setor? Abaixo, vamos tentar trazer essas e mais algumas respostas para essas questões.

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Mulheres na tecnologia são minoria

Um dos problemas de a mulher optar por ir para o setor de tecnologia está no preconceito de quem contrata, pois, atuando nessa área, costumam ganhar menos do que os homens.

Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, só 20% dos profissionais que atuam no mercado de TI são mulheres. E o problema está inteiramente ligado ao preconceito. Segundo o IBGE, as profissionais de TI do sexo feminino têm grau de instrução mais elevado do que os homens do setor no Brasil, mas, mesmo assim, ganham 34% menos do que eles.

Visando a mostrar as condições de trabalho de mulheres na área de tecnologia, o site de recrutamento Catho divulgou uma pesquisa em colaboração com a UPWIT. Conforme os dados da pesquisa, realizada com mais de 1.000 profissionais do setor entre janeiro e fevereiro de 2018 (632 homens e 396 mulheres), mais da metade das mulheres da área (51%) disseram já ter sofrido discriminação em seu ambiente de trabalho por causa de gênero.

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Representatividade importa

Segundo levantamento do Gender Gap Report, 72% dos profissionais de inteligência artificial (IA) são do sexo masculino. Portanto, as mulheres pouco enxergam outras mulheres ocupando tais áreas.

Por isso, fica mais complicado para meninas que estão sonhando com uma carreira acreditarem que há espaço para elas nesses nichos.

Conforme apontamentos da ONU Mulheres Brasil, elas estão fora dos principais postos de trabalho gerados pela revolução digital, sendo que somente 18% delas têm graduação em Ciências da Computação e são, atualmente, apenas 25% da força de trabalho da indústria digital.

Outro ponto importante que acaba distanciando as mulheres dos postos de trabalho na área da tecnologia é a infância. Enquanto meninos são estimulados a brincar com videogame e computador, muitas meninas são inseridas desde pequenas em atividades domésticas ou estimuladas a, apenas, brincar com bonecas.

Essa separação de o que é para menino e o que é para menina causa profundo impacto no futuro da sociedade. Se as meninas não forem estimuladas a estar no mesmo espaço dos meninos, elas dificilmente estarão atuando com tecnologia.

Pensando nisso, formar meninas techs e inseri-las no mercado de trabalho é importante para combater a desigualdade de gênero. Além disso, quanto mais heterogênea for uma empresa, mais completas serão as soluções criadas.

O futuro das mulheres na tecnologia

Vamos lá, alguns problemas já foram detectados. Agora, é preciso encontrar a solução. E, pelo que estamos vendo de movimentação, alguns comportamentos tendem a mudar.

Mesmo com a desigualdade salarial, o preconceito e outros fatores desanimadores, a Women in Tech 2018 fez uma pesquisa na qual se pôde observar que as jovens de hoje têm 33% mais predisposição para estudar ciência da computação quando comparadas àquelas que nasceram até o meio dos anos 80.

E, para animar e passar confiança para as jovens que estão pensando em entrar na área, vamos trazer algumas personalidades femininas da área da tecnologia.

Ursula Burns

Ursula Burns é CEO da Xerox e é a primeira mulher negra a dirigir e liderar uma corporação nos Estados Unidos. Ela é mestre e bacharel em Engenharia Mecânica.

Ursula começou na Xerox como estagiária, em 1980. Em 2009, depois de construir uma célebre carreira na empresa, foi nomeada CEO, sucedendo Anne Mulcahy.

Ela não é apenas diretora executiva e presidente da corporação, mas também é diretora do conselho da American Express Corporation e Exxon Mobil Corporation, além de ativista em ONGs como a FIRST.

Foto do Eduardo Munoz, da revista Fortune

Cristina Junqueira

Cristina Junqueira se formou em 2004 e emendou a graduação em um mestrado em Engenharia, na Escola Politécnica da USP. Nesse meio tempo, ela já havia trabalhado como analista interna no Itaú Unibanco, como consultora na Booz Allen Hamilton, e, depois, no Boston Consulting Group.

Em 2007, foi selecionada pela prestigiada Kellogg School of Management.

Regressa ao Brasil, Cristina foi entrevistada pelo presidente do Unibanco, Pedro Moreira Salles, para uma vaga no grupo. Então, aos 24 anos, assumiu um cargo de liderança no setor, como Superintendente de Negócios, e passou a liderar um time de 20 pessoas

Hoje, Cristina Junqueira é vice-presidente do Nubank e uma das três fundadoras da startup. O negócio, que começou com três sócios em maio de 2013 em São Paulo, hoje conta com uma equipe de mais de 1.500 funcionários.

Via Blog do Nubank

Cristina Palmaka

Cristina Palmaka é a presidente da SAP no Brasil. Ela assumiu o posto em 2013, após a saída de Diego Szodan para liderar todo o polo da América Latina.

Formada em ciências contábeis pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Cristina Palmaka conquistou o posto a partir da estratégia de expansão da SAP em território brasileiro. Empresa de origem alemã, criadora de softwares de gestão de empresas, a SAP Brasil tem cerca de 1,5 mil funcionários e 4,5 mil clientes no Brasil.

Via site SAP

Sheryl Sandberg

Sheryl é a COO (Chief Operating Officer) do Facebook e braço direito de Mark Zuckerberg. Ela ocupa o cargo desde 2008 e desde 2012 é membro do conselho de administração da empresa, sendo a primeira mulher a chegar a essa posição.

Antes de entrar para o Facebook, Sheryl foi Vice-Presidente de Operações do Google. Ela também trabalhou no Departamento do Tesouro norte-americano como chefe de pessoal.

Sheryl foi eleita pela Forbes a 10ª mulher mais poderosa do mundo e entrou no ranking das cem pessoas mais influentes do mundo pela revista Time. Ela é autora do livro “Faça Acontecer”, no qual aborda as dificuldades e desafios que as mulheres enfrentam em suas carreiras.

Via Wikipédia

Mudanças em curso no Brasil para mulheres na tecnologia

Como vimos, seja no EUA, seja no Brasil, as mulheres, mesmo enfrentando muitas dificuldades, estão começando a conquistar um espaço importante no mundo da tecnologia. Alguns dados, ainda tímidos, apontam esse avanço brasileiro.

Uma pesquisa realizada pela Grant Thornton, em 2017, mostrou que nos últimos 13 anos as mulheres ocuparam 25% a mais de cargos de liderança. É o maior percentual já registrado, porém os avanços ainda acontecem a passos lentos.

O levantamento mostrou que 34% das empresas não contam com mulheres em cargos de decisão. No entanto, aqui no Brasil, o número de CEOs mulheres é o dobro da média global. Enquanto em 2015 tínhamos 5% mulheres no comando das empresas, em 2017 esse dado se ampliou para 16%.

É claro que algumas ações precisam ser fomentadas e incentivadas, e, para que possamos ver cada vez mais mulheres na tecnologia, é preciso que as empresas tomem a frente de algumas questões, como: conceder acesso igualitário, garantir mais equidade de gênero nos cargos de liderança, aumentar a flexibilidade dos horários, criar programas de desenvolvimento e mentoria.

A mudança é lenta, mas precisa ser gradual e vista por outras mulheres como uma forma transformação social. Agora é preciso continuar abrindo caminho para que o futuro seja de mais respeito e igualdade.

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