Você já ouviu falar em tecnologia wearable? O termo vestível, traduzido literalmente do inglês, tem sido usado por aqui para se referir às roupas inteligentes que agregam cada vez mais funções. Utilizadas com diversos fins – desde aumentar a segurança do usuário até servir como um elemento da alta costura – as roupas inteligentes e suas fronteiras passaram por diversos avanços ao longo da década.
Relógios, pulseiras e óculos de realidade virtual são alguns dos exemplos mais conhecidos. Os smartwatches já movimentam inclusive uma boa parcela do mercado de tecnologia no Brasil.
Entretanto, a nova onda dos wearables abrange possibilidades que vão desde uma camiseta que permite pessoas surdas experienciarem uma orquestra até um pijama que avisa porque o bebê está chorando.
Confira abaixo alguns dos exemplos mais curiosos de roupas inteligentes desenvolvidas ou já comercializadas.
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Jaqueta Visijax
A jaqueta Visijax Commuter é um dos exemplos de uso da tecnologia em vestimentas para aprimorar a segurança de quem veste. Desenhada para ciclistas, a peça possui quatro tiras de luzes de LED no peito e nos braços que possuem baterias recarregáveis.
Uma fileira de luzes na parte inferior das costas completa o kit de segurança para quem anda de bicicleta durante a noite.
Além do sistema de luzes que mantém o passageiro visível, as jaquetas da Visijax possuem um sistema interno de resfriamento. A ventilação é fornecida por pequenos dutos embutidos no peito e na parte superior das costas, assim como quatro pequenas fendas nos braços.
O traje também é à prova d’água: o poliéster é revestido de Teflon, as mangas têm velcros e a gola possui cordões.
De acordo com a avaliação do blog de ciclismo Seven Day Cyclist, a vestimenta ao ser testada teve “um desempenho admirável tanto em excursões noturnas quanto em trajetos sombrios com neblina no frio”.
O site também aponta que há vantagens em relação à respirabilidade quando comparado a outros trajes com preços semelhantes. Veja abaixo o teste feito com a jaqueta da Visijax pela reportagem do jornal britânico The Guardian:
T-Shirt OS
Assim como a jaqueta da Visijax, a T-shirt OS é uma camiseta equipada com luzes LED. A peça não busca aumentar a segurança do usuário e nem é voltada para um nicho específico. Faz parte, na realidade, da linha de “tecnologia wearable” (ou tecnologia vestível) da empresa de moda CuteCircuit.
Definida como “a camiseta do futuro” pela companhia, a peça conta com uma tela de 1.024 pixels em sua superfície que pode ser controlada por meio de um aplicativo.
A peça consegue conectar-se com um smartphone por Bluetooth e enviar dados para redes sociais como Facebook e Twitter. Quem veste pode programar e compartilhar pela internet tweets, fotos e músicas, por exemplo.
A T-Shirt OS vem equipada com um microfone, uma microcâmera, alto-falantes e sensores de movimento. Por meio do app também é possível fazer alterações de formato e cor com base nos LEDs da camiseta. Confira o vídeo promocional:
A CuteCircuit é uma empresa de moda especializada em tecnologia vestível e moda interativa.
Ela foi fundada pelos designers Francesca Rosella e Ryan Genz, em 2004. A empresa é uma das pioneiras no mercado de vestuário equipado com tecidos inteligentes, e baseia suas produção em coleções de alta-costura, Prêt-à-Porter e peças sob medida para celebridades e outros clientes.
The Sound Shirt
Entre as roupas inteligentes desenvolvidas pela CuteCircuit também está a Sound Shirt.
A camiseta permite que uma pessoa surda experiencie um concerto de uma orquestra ao vivo. A peça possui 16 sensores embutidos em seu tecido que recebem informação sem fio e em tempo real da música que está tocando.
O som é transformado em dados e depois traduzido para uma série de sensações táteis criadas pela tecnologia da camiseta. Veja o vídeo de demonstração:
Em seu site, a CuteCircuit destaca que “apenas olhando para reação de pessoas surdas na plateia podemos notar como estão encantados e alegres. Essa completa imersão tátil na música é algo que permite que a experiência de um concerto ao vivo seja finalmente compartilhada por todos”.
Ministry of Supply
A conciliação entre tecnologia e estética é uma das bandeiras da Ministry of Supply, marca de moda sediada em Boston e fundada em 2012 por ex-alunos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
A empresa aplica em suas roupas inteligentes tecnologias antes utilizadas apenas pela Nasa no desenvolvimento de trajes para astronautas.
Vestimentas como camisetas, calças e ternos da Ministry of Supply conseguem regular a temperatura corporal do usuário de acordo com a temperatura do ambiente. Em dias frios o tecido retém calor de quem o está vestindo; nos dias quentes, libera o calor e facilita a respiração e transpiração do corpo.
A marca evita priorizar a funcionalidade em detrimento do valor estético de suas peças, mirando em um consumidor que está em busca de ambos: estilo e alta performance.
Em um apelo de marketing no ano de 2016, o CEO da empresa, Gihan Amarasiriwardena, chegou a correr meia maratona vestindo um terno da sua própria marca.
Com exceção do par de tênis de corrida, Gihan vestia inteiramente as roupas inteligentes da Ministry of Supply. Gihan não apenas completou a prova em 1:24:41 como quebrou e deteve por um tempo o recorde do Guinness Book de corredor mais rápido de meia maratona vestindo terno.
Exmobaby
Identificar o motivo de choro e desconforto de um bebê pode ser uma tarefa angustiante, principalmente para aqueles pais de primeira viagem.
Os avanços tecnológicos das roupas inteligentes também já foram aplicados para bebês. A empresa Exmovere Holdings anunciou em 2012 o Exmobaby, traje capaz de ajudar a identificar por que a criança está chorando.
A roupa possui equipada em seu tecido um termômetro, um sensor de movimento e outro de frequência cardíaca. O Exmobaby também é capaz de medir a umidade, avisando os pais quando a fralda precisa ser trocada.
A peça tem um transceptor que conecta-se a computadores e smartphones por meio de um software que processa os dados recolhidos e dá uma espécie de “diagnóstico do humor” do bebê.
As configurações e resultados podem ser ajustadas manualmente pelos pais, aprimorando assim esse diagnóstico feito pela vestimenta.
Segundo o fabricante, “o sistema permite que os pais gravem os estados físicos registrados e definam uma causa, como fome ou cansaço.” Dessa forma, o software aprende com o tempo e consegue prever essas causas no futuro.
O Exmobaby é uma saída não apenas para pais iniciantes, mas também uma facilidade para centros de cuidado que precisam monitorar vários bebês ao mesmo tempo.
A Exmovere Holdings é uma empresa especializada em dispositivos e equipamentos médicos, e começou os testes do seu pijama inteligente para bebês justamente em hospitais. Segundo a companhia, o Exmobaby é a evolução e versão vestível de tecnologias já existentes, como as babás eletrônicas.
Acessórios inteligentes
Gostou desse conteúdo? O uso de tecnologia wearable na criação de novas roupas inteligentes é mais um exemplo da rápida evolução tecnológica pela qual passamos nos últimos anos.
Na parte de acessórios, um artigo que tem sido bastante aprimorado nos últimos anos é o Apple Watch, você sabe por que que esse “relógio” que custa mais de R$ 8 mil (em sua versão mais recente) é tão valioso? Saiba mais sobre isso neste artigo.
Outro exemplo de smartwatch, com menos funções, mas também um preço bem mais acessível é o Xiaomi Mi Band 4. A versão global foi anunciada, primeiramente, na Espanha, Itália e França. Após 8 dias do lançamento, 1 milhão de unidades já haviam sido comercializadas. Saiba mais sobre este acessório neste artigo.
Ainda neste setor, também já são encontrados no mercado opções de óculos inteligentes, um dos mais famosos é o Google Glass 2, mas afinal para que serve este equipamento de realidade aumentada? Veja aqui.
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