Os filmes sobre acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência nos permitem refletir e debater sobre um tema cada vez mais presente e importante no dia a dia da sociedade. Para garantir a efetiva inclusão de crianças e adultos com deficiência, precisamos entender que vivemos em um contexto de diversidade, no qual todos temos perfis e necessidades específicas, e cada um aprende à sua maneira.
A inclusão de pessoas com deficiência é prevista na Constituição brasileira e figura entre os direitos dos cidadãos. Na prática, no entanto, realizar essa inclusão não se resume apenas a garantir a presença dessas pessoas em todos espaços. Alguns erros terminam por reforçar práticas excludentes e discriminatórias.
Em muitos casos, isso acontece porque a deficiência toma um lugar central. Ou seja, a pessoa passa a ser mais definida pelo que não tem do que pelos diversos outros elementos que tem. Para quebrar esse paradigma, é necessário que as deficiências sejam lidas em um contexto de diversidade. Todos temos perfis e necessidades específicas. Além disso, todos vivemos e aprendemos cada um à nossa maneira.
Para contribuir com essa reflexão, selecionamos filmes sobre acessibilidade que têm como tema a inclusão de pessoas com diferentes tipos de deficiência. Dessa forma, as obras podem ser uma excelente oportunidade para debater, em sala de aula e também em família, a necessidade da construção de uma sociedade mais inclusiva.
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A Teoria de Tudo
Baseado na história de Stephen Hawking, o filme A Teoria de Tudo expõe como o astrofísico fez descobertas relevantes para o mundo da ciência, ao mesmo tempo em que retrata sua vida pessoal e profissional com uma doença motora degenerativa, que o deixou sem movimentos.
A história mostra que nenhuma limitação física impediu Hawking de se tornar um dos maiores cientistas da atualidade.
As Sessões
Um dos melhores filmes sobre acessibilidade e deficiência, o longa conta a história de um escritor que precisa passar boa parte do dia dentro de um aparelho apelidado de ‘pulmão de aço’. Um dia, ele resolve contratar uma terapeuta sexual para perder a virgindade.
A obra, baseada em fatos reais, trata assuntos complexos como sexo e deficiência com realismo e compaixão.
Avatar
Avatar retrata a história encantada de um ex-fuzileiro naval, paraplégico, que volta a andar no exuberante mundo alienígena de Pandora, onde os seres precisam usar corpos biológicos controlados pela mente para não serem contaminados pelo ambiente tóxico.
O longa foi nomeado em nove categorias do Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor, porém foi premiado ‘apenas’ em três categorias: Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Visuais e Melhor Direção de Arte.
O filme de ficção científica lançado em 2009 pelo diretor James Cameron deve ganhar 4 sequências.
Como Eu Era Antes de Você
A adaptação do best-seller de Jojo Moyes conta a emocionante história do milionário Will Traynor, que precisa aprender a conviver com a tetraplegia após um acidente de trânsito. Para isso, ele conta com a ajuda de sua animada cuidadora.
Coragem de Viver
O filme conta a história da surfista profissional Bethany Hamilton, que vê sua vida se transformar após perder um braço devido a um ataque de tubarão.
Encorajada pelo amor de sua família, a jovem precisa se reabilitar para voltar a competir profissionalmente.
Feliz Ano Velho
Adaptação do best-seller autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, Feliz Ano Velho fez sucesso nos anos 1980.
O longa conta a história de um universitário que fica tetraplégico após um mergulho. Vencedor de sete prêmios no Festival de Gramado, incluindo melhor roteiro.
Intocáveis
Intocáveis é um dos melhores filmes sobre acessibilidade. Ele conta a história de Philippe, um milionário tetraplégico que contrata um jovem negro, de baixa renda e sem experiência, para ser o seu cuidador e acompanhante.
No entanto, a relação que antes era profissional cresce e vira uma amizade que mudará a vida dos dois. O jovem Driss contribui para a retomada de identidade e de autoestima de Philippe, que também tem muito a ensinar ao seu cuidador.
Vale destacar ainda que Intocáveis foi o filme mais visto na França em 2011. Além disso, o dinheiro arrecadado com a venda dos direitos da adaptação do livro, que deu origem ao longa, foi doado para uma associação que atende a pessoas com deficiência física.
O Filho Eterno
Baseado na obra do escritor Cristovão Tezza, O Filho Eterno narra a história de Roberto, escritor ainda não-publicado. Ele tem certeza de que o nascimento do filho será o marco para uma nova vida. Entretanto, ainda na maternidade, Roberto descobre que terá que se acostumar com uma nova ideia – ser pai de Fabrício, uma criança com Síndrome de Down.
A notícia provoca uma enxurrada de emoções contraditórias e conflitos que acabam afetando sua relação com o trabalho e também seu casamento com Claudia.
Por fim, numa jornada de 12 anos, entre obstáculos, conquistas e descobertas, Roberto encontra o significado da paternidade. O medo do sofrimento, a vergonha dos olhares e a dificuldade de lidar com o julgamento das pessoas são temas delicados abordados nessa obra que está disponível na Netflix.
Meu Nome é Rádio
Baseado em fatos reais, esse filme norte-americano de 2003 retrata a jornada de Harold Jones, treinador local de futebol americano de uma escola, que conhece um jovem “lento” – James Robert Kennedy, interpretado por Cuba Gooding Jr. Porém, ninguém no time sabe o seu nome, pois ele não fala, apenas perambula em volta do campo de treinamento.
O treinador Jones se preocupa com o jovem quando alguns dos jogadores da equipe fazem uma “brincadeira” de péssimo gosto com ele. Tentando compensar o que tinham feito, o treinador o coloca sob sua proteção, além de lhe dar uma ocupação.
Como ainda não sabe seu nome, e pelo fato de James gostar de um pequeno rádio, passou a chamá-lo de Radio. Aos poucos, o espectador descobre que o motivo da preocupação de Jones com Radio está relacionado a um fato do passado do treinador.
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Filmes sobre acessibilidade do cinema brasileiro
O cinema brasileiro já produziu excelentes obras sobre acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência. Confira abaixo 3 indicações de filmes e documentários sobre o tema.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
Leonardo (Ghilherme Lobo), um adolescente cego, tenta lidar com a mãe superprotetora ao mesmo tempo em que busca sua independência. Quando Gabriel (Fabio Audi) chega à cidade, novos sentimentos começam a surgir em Leonardo, fazendo com que ele descubra mais sobre si mesmo e sobre sua sexualidade.
O filme lida com duas importantes agendas, a inclusão e a homossexualidade, evidenciando o quanto é importante que se construam relações de respeito, colaboração e diálogo.
Herbert de Perto
Em uma série de conversas e vídeos, o cantor e compositor Herbert Vianna relembra sua trajetória de vida, do primeiro violão ao grupo Paralamas do Sucesso, do trágico acidente aéreo até os dias de hoje.
Familiares, amigos como Bi e Barone, Dado Villa-Lobos (Legião Urbana), profissionais do meio musical e médicos dão depoimentos sobre a carreira e a incrível perseverança do músico.
A Pessoa é Para o Que Nasce
Três irmãs cegas. Unidas por esta incomum peripécia do destino, Regina, Maria e Conceição viveram toda sua vida cantando e tocando ganzá em troca de esmolas nas cidades e feiras do Nordeste do Brasil.
O filme acompanha os afazeres cotidianos dessas mulheres e revela suas curiosas estratégias de sobrevivência, das quais participam parentes e vizinhos. Acompanha também, numa reviravolta inesperada, o efeito do cinema na vida destas mulheres, transformando-as em celebridades.
A história de vida delas conta muito sobre resiliência e sobre nossa capacidade de ser feliz com o que temos.
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