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Saiba o que muda após a aquisição da Nextel pela Claro

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Nextel e Claro

A aquisição da Nextel pela Claro está aprovada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A efetivação do negócio – de cerca de R$ 3,5 bilhões – tem um prazo de seis meses para acontecer.

Até o momento, nenhuma das duas empresas deu detalhes sobre o processo de transição. O que é certo é que para o consumidor, inicialmente, pouca coisa deve mudar.

Por lei, a Claro precisa garantir os contratos vigentes. Deste modo, ela não pode fazer qualquer alteração que venha a prejudicar o cliente, ou seja, a operadora deve assumir os deveres da antiga prestadora de serviço.

As mudanças de plano, no que diz respeito a preço, dados utilizados e fidelidade nas contratações, só poderão acontecer se for de vontade do cliente.

Pontos de atenção na fusão entre Nextel e Claro

Mesmo com o direito de serviço garantido ao usuário, três pontos merecem atenção:

Contrato

O consumidor precisa saber exatamente o que foi contratado com a Nextel e o que está sendo oferecido pela Claro. Tendo conhecimento das cláusulas, o usuário pode garantir a coerência na prestação do serviço. Percebendo mudanças, a operadora deve ser contatada para resolução do problema.

Caso o inconveniente não seja corrigido, é possível buscar ajuda na ouvidoria da empresa. Em situações mais complicadas, recomenda-se que o problema seja comunicada à Anatel ou ao Procon.

Sinal

Até o momento, a Nextel utilizava as antenas da operadora Vivo para fornecer o serviço ao cliente. Agora, será necessária uma migração para as antenas da Claro. Por esse motivo, é grande a possibilidade de haver instabilidade no sistema da operadora.

Importante é entender que o problema tende a ser temporário. Caso contrário, se o a situação persistir, o consumidor precisa entrar em contato com a nova operadora e fazer uma reclamação formal.

Migração automática

Todos os clientes Nextel receberão automaticamente o serviço da Claro, sem necessidade de renovação de contrato ou qualquer tipo de portabilidade.

Como fica o mercado de telefonia no Brasil

Mesmo com a fusão, aprovada em 30 de setembro de 2019, a Vivo mantém a liderança no mercado brasileiro de telecomunicações, com 36% das operações. A América Móvil, composta agora por Claro e Nextel, vem logo a seguir, se consolidando na segunda posição. A fusão detém agora aproximadamente 26% dos serviços de telefonia prestados no país.

Segundo dados da Anatel do mês agosto deste ano, antes ainda da confirmação do negócio, os números já mostravam a tendência de mercado.

A Vivo teve a maior participação com 73,67 milhões de linhas em operação (32,28% do total) seguida da Claro, com 56,51 milhões (24,76%). Na sequência aparece a Tim, com 54,68 milhões (23,96%), e logo a seguir a Oi, com 37,51 milhões (16,43%). As demais operadoras móveis detinham 5,88 milhões de linhas (2,57%).

Os números já mostravam um cenário que tende a se consolidar agora: o crescimento da importância da Claro no mercado das telecomunicações.

A tendência é de que, com a aquisição da Nextel aprovada, aqueçam os negócios por meio dos clientes pós-pagos da Claro, conforme tendência nacional mostrada neste post. Os mercados dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo serão os mais visados.

O resultado disso, seriam algumas vantagens em leilões de redes e ofertas de serviço. O que dá à Claro a chance de brigar pela liderança nos serviços de telecomunicações no país.

O que dizem as concorrentes?

TIM, Vivo e Telefônica argumentaram contrariamente à fusão, o que não foi suficiente para barrar a aprovação do negócio pelo Cade e pela Anatel.

A TIM foi pega de surpresa pelo negócio com a Claro. A empresa vinha manifestando interesse em comprar a Nextel, o que ampliaria a sua faixa de espectro. Ainda, ficaria com a base de clientes da empresa em vista, que tem cerca 3,3 milhões de linhas móveis ativas.

Com o fim das expectativas de ampliação da operadora italiana, restou a tentativa de barrar a fusão. Para isso, o argumento usado pela TIM foi de que o negócio poderia levar a um duopólio.

O motivo, segundo a empresa, seria que a “grande parcela de mercado estará concentrada entre as duas prestadoras (Claro e Vivo). Elas, de maneira combinada, controlariam quase 70% da participação de mercado em cada uma das citadas unidades federais”.

A Oi, que tem sofrido especulações sobre a venda de serviço móvel, se manifestou colocando a fusão como um “movimento natural de mercado”.

Por falar em mercado, a expectativa agora é de que a Claro ganhe força para se posicionar melhor nos desenvolvimentos da internet 5G. Os estudos vão demandar investimentos consideráveis, mas que devem valer a pena no atual momento da operadora.

A aprovação pelas reguladoras

Desde março deste ano, quando a mexicana América Móvil anunciou a compra da Nextel, a expectativa era grande para o mercado das telecomunicações. Aguardava-se a decisão da transação pelo Cade e pela Anatel.

O Cade aprovou o acordo de aquisição da Nextel pela Claro sem restrições. A decisão foi publicada no Diário Oficial no dia 6 de setembro de 2019 e assinada pelo superintendente-geral substituto Kenys Menezes Machado.

A fusão foi aprovada também pela Anatel, por unanimidade, e publicada no Diário Oficial da União no dia 30 de setembro de 2019. Segundo a reguladora, “a negociação é pró-competitiva, justamente por aumentar o poder da operadora na concorrência com a Vivo, que é a atual líder do mercado brasileiro”.

A Agência fez apenas algumas exigências, como a devolução pela Claro de um dos dois números de operação para chamadas em longa distância. A Claro utiliza o código da Embratel, 21, já a Nextel, o 99. Essa adequação pode ser cumprida no prazo de até um ano e meio.

Com um prazo mais curto, de dois meses, a Anatel determina que a Claro se adeque aos limites impostos quanto ao espectro de telecomunicações. O motivo: com a aquisição da Nextel pela Claro, a operadora permaneceria com uma fatia maior do que o teto máximo de 35% na faixa dos 850 MHz.

Você sabia que a Claro também fez fusão com a NET e passou este ano a oferecer todos os pacotes oferecidos pela antiga operadora no seu nome? Saiba mais sobre isso neste outro artigo do Compara Plano.

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