Todos os anos aproximadamente 50 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos são jogados fora no mundo. Esse número é considerado alarmante para uma sociedade que só faz crescer mais e mais o consumo de aparelhos tecnológicos. Cada celular, computador ou televisão novos substituem um aparelho antigo que, se não for mais utilizado, precisa ter uma destinação correta. Você já parou para pensar o que é feito com os aparelhos eletrônicos que descartamos? O destino desses resíduos é um dos grandes desafios da era digital.
Novos equipamentos com tecnologias incríveis surgem todos os dias no mercado, e isso é fantástico. Com uma produção eletrônica tão acelerada, no entanto, o mundo também precisa estar preparado para lidar com a quantidade de lixo produzida por essa nova forma de consumo.
Neste artigo você vai entender como está a política de descarte de lixo eletrônico no país e quais são as formas mais sustentáveis para se desfazer dos seus equipamentos antigos.
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Como o Brasil lida com os aparelhos eletrônicos que descartamos
Dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) por meio do relatório Global e-Waste Monitor mostram que o Brasil é o país que mais produz lixo eletrônico na América Latina e ocupa o sétimo lugar no ranking mundial. Nada menos do que 1,5 tonelada por ano, que representa 1% do total produzido no mundo.
Em percentual global, o lixo que produzimos pode não parecer muito, porém apenas 3% desses resíduos eletrônicos são recolhidos de maneira adequada no país.
Embora exista uma Política Nacional de Resíduos Sólidos que regulamenta o recolhimento e tratamento desse material, os números mostram que o brasileiro ainda não tomou consciência do impacto real desse consumo.
Legislação brasileira
A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi implementada no Brasil em 2010 sob a Lei nº 12.305/10. A legislação prevê a diminuição do volume de resíduos gerados, além da criação de uma cadeia de recolhimento e destinação adequados.
Para isso, todos os setores da sociedade devem compartilhar a responsabilidade de cumprimento da lei. Isso quer dizer fabricantes, distribuidores, comerciantes, consumidores e agentes de limpeza pública.
A lei estimula práticas de todos os tipos para o gerenciamento de resíduos sólidos. Entre os termos estão metas que contribuem na eliminação dos lixões e propõem instrumentos para o planejamento de como atingir essas metas a níveis municipal, estadual e nacional.
As bases da Política são a logística reversa e a coleta seletiva.
Perigos à vida
Os equipamentos eletrônicos são compostos por materiais químicos altamente tóxicos que, em sua decomposição, podem causar prejuízos irreparáveis à natureza e ao ser humano.
O perigo do contato com essas substâncias começa desde o momento do descarte impróprio e do manuseio dos aparelhos por pessoa que não estão aptas a isso. Os riscos seguem até níveis mais graves como a contaminação do lençol freático.
Em todos os casos, a nossa vida é afetada diretamente por esse tipo de poluição.
O que é lixo eletrônico?
Embora o termo lixo eletrônico seja mais popularmente utilizado para fazer referência a mensagens enviadas indevidamente por correio eletrônico, ele também se refere aos equipamentos eletrônicos que não têm mais valor, seja por falta de utilização, seja por quebra.
Nesse caso eles também podem ser chamados de e-lixo – com origem no termo em inglês e-waste.
A categoria é mais ampla do que a maioria das pessoas imagina. Ela inclui todos os itens da chamada linha branca, como geladeiras, fogões, micro-ondas e utensílios domésticos, além de pilhas, celulares, cartuchos de impressoras, computadores, televisores, drones, tablets e até acessórios eletrônicos.
Os aparelhos eletrônicos que foram sucesso nos anos 2000, que ainda podem estar guardados na sua gaveta, também contam.
Aparelhos eletrônicos que descartamos devem ter destino certo
Há uma coisa coisa muito importante que precisamos aprender sobre os resíduos eletrônicos que produzimos com o consumo de tecnologia.
Tais objetos não podem ser rejeitados como lixo comum. Os aparelhos eletrônicos que descartamos devem ser levados para um local adequado, onde receberão o destino correto para não poluir o planeta.
Embora a destinação de todo esse lixo ainda seja um dos principais desafios globais, já se sabe que é possível reduzir os danos ao meio ambiente. E é com base nisso que políticas públicas e trabalhos de conscientização devem seguir acontecendo por parte de todos os segmentos da sociedade.
Logística reversa
Diante de um cenário que pede medidas urgentes, muitos fabricantes de produtos eletrônicos passaram a investir na implementação da logística reversa. A prática prevê um cuidado com o retorno de todos os materiais utilizados no processo produtivo que podem gerar prejuízos ao meio ambiente no seu descarte.
Nesse tipo de prática, a marca fica responsável pelo recolhimento e pela separação dos componentes eletrônicos rejeitados. Com isso, garante-se o descarte adequado dos itens por meio da reciclagem ou do envio para aterros específicos para esse tipo de lixo.
Alternativas de ações com os aparelhos eletrônicos que descartamos
No Brasil, ações de logística inversa são vistas há alguns anos, principalmente no descarte de pilhas e baterias.
Estabelecimentos que comercializam produtos eletrônicos devem ter recipientes específicos para o recebimento desses materiais. As lojas servem como pontos de entrega primários para uma futura destinação dos resíduos.
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Troca de aparelhos usados por novos tem vantagens para o consumidor
Muitas operadoras de celular e marcas de aparelhos também trabalham com esse tipo de logística. Algumas apenas recebem os aparelhos para descarte, porém outras oferecem vantagens ao cliente, como bônus e descontos na troca por aparelhos novos.
Cabe ao consumidor procurar alternativas junto aos fabricantes e escolher a opção mais vantajosa.
Cooperativas e ONGs
Em cidades maiores também existem cooperativas e ONGs que trabalham especificamente com o recebimento e a reciclagem de resíduos sólidos. Buscar uma dessas organizações é uma ótima saída para descartar equipamentos eletrônicos de forma responsável e sustentável.
Veja alguns exemplos de instituições como essas que estão espalhadas pelo país.
- Descarte Certo – serviço de coleta, manejo e reciclagem de resíduos eletrônicos. Está presente em Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
- Coopermiti – cooperativa especializa no recebimento, coleta, triagem e reciclagem de resíduos sólidos. Está localizada em São Paulo.
- Lorene – uma das pioneiras no processo de tratamento de lixo eletrônico no país. Opera em diversas cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte.
- Ecobraz – oferece serviço de coleta e reciclagem de resíduos eletrônicos e atende a empresas, consumidores diretos, fabricantes e organizações governamentais. Atua em toda a região metropolitana de São Paulo.
- Sucata eletrônica – empresa especializada em todo o processo de gerenciamento do lixo eletrônico. Sua área de coleta está principalmente em São Paulo, Campinas e região, Rio de Janeiro e algumas outras regiões sob consulta.
Consumo consciente
Além do cuidado com a produção de lixo eletrônico, que passa por todas as ações que citamos, um dos pontos mais importantes é o desenvolvimento de um consumo consciente. Antes de jogar fora qualquer aparelho antigo pense em alternativas ao descarte como resíduo comum.
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